terça-feira, 12 de agosto de 2014

O USO DO E-MAIL COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA: PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Caticiane Belusso Serafini

Em outras épocas, quando as pessoas queriam se comunicar entre si, buscavam o auxílio das cartas, dos cartões postais e dos telegramas. Atualmente, a vida acelerada já não admite mais que se perca tempo esperando por esses tipos de correspondências e, dessa forma, com o avanço das tecnologias da informação, os recursos de mensagem instantânea ganham força, tais como E-mail, MSN, Facebook, Twitter e Orkut.
Dentre todos estes recursos tecnológicos, podemos analisar o uso do e-mail, ou correio eletrônico, como alguns gostam de chamar. O e-mail foi uma das primeiras ferramentas de comunicação que se popularizou e ganhou rapidamente milhões de adeptos, pois seu diferencial consiste na rapidez das trocas de mensagens, encurtando, assim, tempos e distâncias.
Sendo assim, engana-se quem pensa que o uso do e-mail limita-se ao âmbito pessoal e/ou profissional. Ele é uma excelente ferramenta pedagógica em sala de aula, capaz de estimular o processo de ensino e aprendizagem nas diferentes áreas do conhecimento e em diferentes faixas etárias.
Para os alunos que já estão familiarizados com os recursos da Internet, em especial aqui o e-mail, o trabalho em sala de aula certamente será facilitado. Veraluce Lima dos Santos, em seu artigo “O e-mail e sua integração na prática pedagógica” para a Revista Científica - Cadernos de Pesquisa (2009), reforça esta ideia ao mencionar que “os conteúdos de ensino podem ser trabalhados de forma significativa, a partir da criação de ambientes de aprendizagem que façam sentido e tenham significado para os alunos”[1].
Outra vantagem do e-mail é que ele pode ser utilizado para ampliar as habilidades tecnológicas e sociais, que contribuem para a formação de sujeitos mais autônomos e autoconfiantes no uso do computador e de seus recursos. Além disso, o e-mail também favorece a evolução dos alunos em relação à prática da leitura e da escrita, já que esta precisa ser clara e objetiva para que se possa fazer compreender.
Como o correio eletrônico é caracterizado como um meio de comunicação avançado, também tem como vantagem facilitar o troca de informações e conhecimentos as pessoas, mesmo que elas estejam em lugares extremos.
Segundo Almeida d’Eça[2] (2002, p. 29), o e-mail é um recurso simples e muito eficiente, portanto:

O melhor aproveitamento que dele podemos fazer na educação é integrá-lo natural e adequadamente na prática lectiva com vista a proporcionar e facilitar uma aprendizagem colaborativa e construtiva, centrada no aluno e em trabalho de projecto. Como ele facilita a comunicação instantânea para qualquer parte do Mundo, pode ser usado como veículo que transporta os alunos a locais e a tarefas do seu interesse e da sua escolha, ou de escolha negociada entre professor e aluno.

Inversamente, devemos considerar que os o uso das tecnologias em sala de aula também possuem alguns pontos que ainda precisam ser reavaliados, tais como a questão da segurança e privacidade, caso não se tome os cuidados necessários ao acessar a Internet. Mais um empecilho é a realidade na qual se encontram muitas escolas onde não há um laboratório de informática equipado o suficiente para que os professores e seus alunos possam explorar essa ferramenta, ou ainda, quando os alunos não estão familiarizados com essas tecnologias, pois não as possuem em casa.
Sabemos que o e-mail é um recurso “versátil e multifacetado que permite abrir a escola ao mundo exterior de modo a aproximá-la do mundo real do qual continua defasada[3]” (ALMEIDA d’EÇA, 2002, p. 11). Isso se justifica pelo fato de que nossas crianças e jovens vivem a cultura midiática o tempo todo e cada vez mais cedo. Ainda, as mudanças sociais estão ocorrendo de forma intrageracional, ou seja, dentro de uma mesma geração, na qual estão incluídos nossos alunos e a escola, enquanto instituição formadora não consegue acompanhar de perto estas mudanças, o que faz com que se expanda o seu processo de precarização.
Desse ponto em diante podemos começar a avaliar, então, as desvantagens do uso de tecnologias como o e-mail em salas de aula. Além da defasagem escola/TIC’s, o papel do professor frente ao uso das tecnologias em sala de aula também é fundamental, porque se ele não estiver preparado dentro de uma formação inicial ou continuada para trabalhar com estes recursos, o enfoque será outro totalmente diferente do que se pretendia.
Realmente, o papel do professor como mediador no processo de integração do e-mail em suas aulas fará toda a diferença no resultado do trabalho, uma vez que “são os professores e as estratégias que implementam que podem fazer a diferença e não apenas a tecnologia.”[4]
Sabemos que integrar as tecnologias de forma pedagógica não é tarefa fácil e que, ao falarmos de e-mail, as possibilidades são inúmeras. Mas cabe ressaltar que, fazer as coisas só para estar “atualizado”[5] não vai fazer de nós, professores preocupados com a prática docente de qualidade, nem tão pouco ignorar a presença das TIC’s no ambiente escolar é a saída. Cabe ao professor filtrar o que é bom, o que pode ser aproveitado e incluir em seu planejamento dentro de suas possibilidades.










[1] SANTOS, Veraluce Lima dos. O e-mail e sua integração na prática pedagógica. Disponível em: <http://www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/uploads/files/2009_1_11.pdf> Revista Científica - Cadernos de Pesquisa (2009). Acesso em: 04 abr. 2013.
[2] ALMEIDA d’EÇA, Teresa. O e-mail em sala de aula. Porto: Porto Editora, 2002.
[3] Ibidem
[4] SANTOS, Veraluce Lima dos. O e-mail e sua integração na prática pedagógica. Disponível em: <http://www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/uploads/files/2009_1_11.pdf> Revista Científica - Cadernos de Pesquisa (2009). Acesso em: 04 abr. 2013.
[5] Grifo meu.

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