O
USO DO E-MAIL COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA: PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Caticiane
Belusso Serafini
Em outras épocas, quando as
pessoas queriam se comunicar entre si, buscavam o auxílio das cartas, dos cartões
postais e dos telegramas. Atualmente, a vida acelerada já não admite mais que
se perca tempo esperando por esses tipos de correspondências e, dessa forma,
com o avanço das tecnologias da informação, os recursos de mensagem instantânea
ganham força, tais como E-mail, MSN, Facebook, Twitter e Orkut.
Dentre todos estes recursos
tecnológicos, podemos analisar o uso do e-mail, ou correio eletrônico, como
alguns gostam de chamar. O e-mail foi uma das primeiras ferramentas de
comunicação que se popularizou e ganhou rapidamente milhões de adeptos, pois seu
diferencial consiste na rapidez das trocas de mensagens, encurtando, assim, tempos
e distâncias.
Sendo assim, engana-se quem
pensa que o uso do e-mail limita-se ao âmbito pessoal e/ou profissional. Ele é
uma excelente ferramenta pedagógica em sala de aula, capaz de estimular o
processo de ensino e aprendizagem nas diferentes áreas do conhecimento e em
diferentes faixas etárias.
Para os alunos que já estão
familiarizados com os recursos da Internet, em especial aqui o e-mail, o
trabalho em sala de aula certamente será facilitado. Veraluce Lima dos Santos,
em seu artigo “O e-mail e sua
integração na prática pedagógica” para a Revista Científica - Cadernos
de Pesquisa (2009), reforça esta ideia ao mencionar que “os conteúdos de ensino
podem ser trabalhados de forma significativa, a partir da criação de ambientes
de aprendizagem que façam sentido e tenham significado para os alunos”[1].
Outra vantagem do e-mail é
que ele pode ser utilizado para ampliar as habilidades tecnológicas e sociais,
que contribuem para a formação de sujeitos mais autônomos e autoconfiantes no
uso do computador e de seus recursos. Além disso, o e-mail também favorece a
evolução dos alunos em relação à prática da leitura e da escrita, já que esta
precisa ser clara e objetiva para que se possa fazer compreender.
Como o correio eletrônico é
caracterizado como um meio de comunicação avançado, também tem como vantagem
facilitar o troca de informações e conhecimentos as pessoas, mesmo que elas
estejam em lugares extremos.
Segundo
Almeida d’Eça[2] (2002, p. 29), o e-mail é
um recurso simples e muito eficiente, portanto:
O
melhor aproveitamento que dele podemos fazer na educação é integrá-lo natural e
adequadamente na prática lectiva com vista a proporcionar e facilitar uma
aprendizagem colaborativa e construtiva, centrada no aluno e em trabalho de
projecto. Como ele facilita a comunicação instantânea para qualquer parte do
Mundo, pode ser usado como veículo que transporta os alunos a locais e a
tarefas do seu interesse e da sua escolha, ou de escolha negociada entre
professor e aluno.
Inversamente, devemos
considerar que os o uso das tecnologias em sala de aula também possuem alguns
pontos que ainda precisam ser reavaliados, tais como a questão da segurança e
privacidade, caso não se tome os cuidados necessários ao acessar a Internet.
Mais um empecilho é a realidade na qual se encontram muitas escolas onde não há
um laboratório de informática equipado o suficiente para que os professores e
seus alunos possam explorar essa ferramenta, ou ainda, quando os alunos não
estão familiarizados com essas tecnologias, pois não as possuem em casa.
Sabemos que o e-mail é um
recurso “versátil e multifacetado que permite abrir a escola ao mundo exterior
de modo a aproximá-la do mundo real do qual continua defasada[3]” (ALMEIDA d’EÇA, 2002, p.
11). Isso se justifica pelo fato de que nossas crianças e jovens vivem a
cultura midiática o tempo todo e cada vez mais cedo. Ainda, as mudanças sociais
estão ocorrendo de forma intrageracional, ou seja, dentro de uma mesma geração,
na qual estão incluídos nossos alunos e a escola, enquanto instituição
formadora não consegue acompanhar de perto estas mudanças, o que faz com que se
expanda o seu processo de precarização.
Desse ponto em diante podemos
começar a avaliar, então, as desvantagens do uso de tecnologias como o e-mail
em salas de aula. Além da defasagem escola/TIC’s, o papel do professor frente
ao uso das tecnologias em sala de aula também é fundamental, porque se ele não
estiver preparado dentro de uma formação inicial ou continuada para trabalhar
com estes recursos, o enfoque será outro totalmente diferente do que se
pretendia.
Realmente, o papel do
professor como mediador no processo de integração do e-mail em suas aulas fará
toda a diferença no resultado do trabalho, uma vez que “são os professores e as
estratégias que implementam que podem fazer a diferença e não apenas a
tecnologia.”[4]
Sabemos que integrar as
tecnologias de forma pedagógica não é tarefa fácil e que, ao falarmos de
e-mail, as possibilidades são inúmeras. Mas cabe ressaltar que, fazer as coisas
só para estar “atualizado”[5] não vai fazer de nós,
professores preocupados com a prática docente de qualidade, nem tão pouco
ignorar a presença das TIC’s no ambiente escolar é a saída. Cabe ao professor
filtrar o que é bom, o que pode ser aproveitado e incluir em seu planejamento
dentro de suas possibilidades.
[1] SANTOS, Veraluce Lima dos. O
e-mail e sua integração na prática pedagógica. Disponível em: <http://www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/uploads/files/2009_1_11.pdf>
Revista Científica - Cadernos de Pesquisa
(2009). Acesso em: 04 abr. 2013.
[4] SANTOS, Veraluce Lima dos. O e-mail
e sua integração na prática pedagógica. Disponível em: <http://www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/uploads/files/2009_1_11.pdf> Revista Científica - Cadernos de Pesquisa (2009). Acesso em: 04
abr. 2013.
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