terça-feira, 12 de agosto de 2014

A ESCOLA COMO ESPAÇO DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL

Caticiane Belusso Serafini[2]

Resumo
O artigo aborda a temática da escola como espaço de inclusão social, com o objetivo de conhecer e compreender a função da escola enquanto espaço de relações sociais, apontando alternativas teórico-metodológicas para a promoção da cidadania e da inclusão através do acesso ao conhecimento. Leva em consideração a influência da globalização-neoliberal nos processos educativos, impedindo, dessa forma, as reações sociais na busca pela efetivação da inclusão social. Consequentemente, tem-se uma educação reprodutora de desigualdades sociais e comercializada como se fosse uma mercadoria qualquer. Diante das transformações sociais, econômicas, políticas e culturais derivadas dessa nova globalização, surge a necessidade de pensar uma nova forma de fazer educação, iniciando com a reestrutura da instituição escolar, partindo para uma análise da contribuição dos educadores, dos indivíduos, do currículo escolar e da comunidade na efetivação dos processos de inclusão social.
Palavras-chave: Escola. Globalização. Inclusão/exclusão social.

Abstract
The article approaches the question of school environment for social inclusion, in order to know and understand the function of the school as an area of ​​social relations, pointing theoretical and methodological alternatives for the promotion of citizenship and inclusion through access to knowledge. Takes into account the influence of neoliberal globalization - in educational processes, preventing in this way, the social reactions in the search for effective social inclusion. Consequently, there is a reproducing social inequalities in education and marketed like a any good. Given the social, economic, political and cultural transformations derived from this new globalization, the need arises for a new way of thinking to education, starting with the restructuring of the school, leaving for an analysis of the contribution of educators, individuals, the school curriculum and the community in the execution of the processes of social inclusion.
Keywords: School. Globalization. Social inclusion/exclusion.

Introdução


O presente artigo pretende abordar a temática da escola como espaço de prática de inclusão social. Tem como objetivo principal conhecer e compreender a função da escola enquanto espaço de relações sociais, apontando alternativas teórico-metodológicas significativas para a promoção da cidadania e da inclusão através do acesso ao conhecimento.
Nesse sentido, o primeiro capítulo apresenta a problemática situada na dualidade inclusão/exclusão nos processos educativos. Para tanto, faz um relato sobre a exclusão social, demonstrando que ela não é um processo recente, mas historicamente construído ao longo do tempo através de mecanismos produzidos pelo modelo econômico e confirmados pelas instituições escolares. Observa-se uma educação desigual no acesso ao conhecimento e na permanência dos indivíduos no espaço escolar; uma educação vista pelo mercado como possibilidade de ascensão social; uma educação reprodutora da ideologia dominante por meio de suas práticas excludentes. As mudanças ocorridas na sociedade determinaram o que a escola é hoje.
No segundo capítulo faz uma releitura das políticas inclusivas de educação fundamentadas no contexto de globalização-neoliberal, tentando descobrir como elas podem contribuir na efetivação da inclusão social. Neste capítulo, destaca-se a educação como um bem social, garantida pela Constituição Federal de 1988 por meio dos princípios de igualdade de oportunidades; a dignidade humana confirmada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948; e a universalização do acesso ao conhecimento como resultado da Conferência Mundial Sobre Educação para Todos em 1990. Essas políticas inclusivas são rigorosamente questionadas por sua característica compensatória aos grupos socialmente vulneráveis, como os de gênero, etnia e classe social. Assim, o esforço da sociedade civil e política em criar ações garantidoras do acesso democratizado ao ensino a todas as camadas socioeconômicas também é questionado quanto a sua eficácia na tentativa de minimizar os a desigualdade social.
O terceiro capítulo analisa como se constrói o discurso neoliberal na sociedade atual e quais as suas implicações no campo educacional e na efetivação das políticas inclusivas de educação. Primeiramente faz uma abordagem teórica acerca da globalização-neoliberal diante das transformações política, econômica e tecnológica, caracterizando-a. Em seguida, avalia a importância econômica da educação, reduzindo-a a uma simples mercadoria e negando o seu caráter humanista. Considera fundamental a necessidade de qualificar a gestão dos sistemas educacionais para, então, tornar a escola mais eficiente e comprometida a desempenhar seu papel formador. Outra questão discutida é o uso das tecnologias pela escola como uma forma de escapar de sua crise de identidade e de seus problemas de finalidade e credibilidade. Além disso, questiona sobre as tentativas frustradas de se atingir a raiz dos problemas educacionais. Dessa forma, lança inúmeras questões que servirão de base para as alternativas de mudança.
Como último ponto, o artigo traz algumas considerações, as quais acredita-se que possam ser o ponto de partida para a efetivação da inclusão social. As possíveis saídas da crise educacional podem situar-se em questões chaves: uma nova educação resultante de um esforço coletivo; a importância dos educadores como os principais responsáveis pela prática educativa de formação; o papel dos indivíduos como atores de sua própria história contra a desigualdade e exclusão social; a urgente reforma curricular como meio de propagar socialmente os conhecimentos que realmente possam contribuir para a mudança social; e a interface escola/comunidade, a fim de fortalecer seus laços e melhorar o trabalho da escola e a vida dos indivíduos na comunidade. 

1 – O problema da inclusão/exclusão no processo educacional

A sociedade brasileira contemporânea fundamenta-se na economia moderna e, ao mesmo tempo, de modo contraditório, nos processos de exclusão social da população aos setores econômicos, sociais e políticos. Historicamente, o Brasil se modernizou de modo conservador, excluindo a maior parcela da sociedade do acesso aos setores mais modernos.
Para Tedesco (2002, p. 15) é necessário, primeiramente, destacar que “um dos fenômenos mais importantes nas transformações sociais atuais é o aumento significativo da desigualdade social”. Nessa perspectiva, percebe-se que, ao longo do desenvolvimento do país nos últimos anos, as desigualdades sociais estão muito presentes e crescendo cada vez mais. Por isso, nas camadas mais vulneráveis da sociedade, observa-se a exclusão como algo marcante e facilmente identificado, no que se refere ao acesso às condições básicas de vida, como educação, trabalho e renda, moradia, saúde, porque a concentração de renda está nas mãos das camadas mais altas da sociedade.
Os maiores índices de pobreza e exclusão foram resultantes de um modelo econômico, social e cultural vigente há muito tempo. Além disso, é fato que a problemática da desigualdade social se deve, também, ao setor educacional. Ocorre que, sem educação, não há possibilidades efetivas de conhecimento, tão necessário para atender às exigências do mercado de trabalho. A lógica entre educação e desigualdade social reside, principalmente, na questão do acesso, pois, para Dubet (2004, p. 545) “[...] aos diferentes grupos sociais são oferecidos sistemas escolares diferentes e desiguais. [...] Convém construir a igualdade de acesso. Mas não podemos perder de vista que o fator de igualdade essencial é antes de tudo a redução das próprias desigualdades sociais”. Além disso, o autor alerta que:

É necessário introduzir uma dose de discriminação positiva a fim de assegurar maior igualdade de oportunidades. É preciso também garantir o acesso a bens escolares fundamentais, ou, para afirmar de modo mais incisivo, a um mínimo escolar. A escola justa deve também se preocupar com a utilidade dos diplomas. Ao mesmo tempo, e de maneira oposta, ela deve velar para que as desigualdades escolares não produzam, por sua vez, demasiadas desigualdades sociais (2004, p. 553).

Observa-se, então, a educação com dupla e oposta função. Ao mesmo tempo em que pode ser um mecanismo de ascensão social, ela também pode ser reprodutora das desigualdades sociais. Isso porque, como ascensão social, a escola é considerada fator fundamental para oportunidades de acesso ao mercado de trabalho e, pressupõe-se, a níveis mais elevados no que se refere à remuneração salarial. É preciso esclarecer, ainda, que isso só ocorre quando estas oportunidades de acesso estão em alta, sendo disputadas conforme a formação e qualificação que cada um possui. Mas quando o mercado se fecha, tornando-se um mecanismo de seleção dos mais capacitados, acaba por gerar as desigualdades sociais, uma vez que revela a dualidade existente entre a escola e o nível socioeconômico dos indivíduos.
A educação, dentro de um sistema capitalista, atua como determinante num processo que seleciona os indivíduos que são excluídos ou incluídos dentro da sociedade. Por isso, Tedesco (2002, p. 24) acredita em uma “mudança no papel da educação diante da mobilidade social”. Outro aspecto aponta para a democratização do acesso ao conhecimento como medida importante para impedir que somente uma parcela privilegiada da população seja favorecida, ao mesmo tempo, para garantir o acesso universal à educação. Isso mostra que a escola, em sua essência, pode ser considerada reprodutora ou transformadora, ou seja, ela pode contribuir para conservar a sociedade ou para modificá-la.
Segundo Enguita (2004, p.13-14), “ao mesmo tempo, nenhuma sociedade atual seria, sem a escola, o mesmo que chegou a ser com ela, e, por isso, toda educação é transformadora.” Há uma ligação direta entre escola e sociedade, principalmente porque as mudanças sociais, determinadas pela própria experiência humana, afetam diretamente o papel da escola, já que, “as escolas são, ou tendem a ser, conservadoras e reprodutoras quando a sociedade é estável e estática; progressistas e transformadoras quando a sociedade é mutável e dinâmica”.
Atualmente, não só as transformações sociais interferem nos processos educativos, mas também as transformações econômicas, políticas e culturais estão ocasionando mudanças dentro da mesma geração. Nessa perspectiva, há “uma reestruturação do ciclo de vida no que diz respeito à aprendizagem”, exigindo que os indivíduos sempre estejam em constante aprendizagem, a fim de acompanhar e enfrentar essas mudanças (ENGUITA, 2004, p. 19). Assim,

A formação inicial perde um peso relativo em contraste com a formação permanente e, enquanto nesta reside, em proporção da vez maior, a aprendizagem dos conhecimentos úteis e aplicáveis no trabalho e na vida social, àquela corresponde, em contrapartida, a formação e o desenvolvimento das capacidades gerais para poder aproveitar, posteriormente, as possibilidades desta (2004, p. 20).

Além disso, nos últimos tempos, a educação está enfrentando uma verdadeira “revolução” no momento em que o mundo todo se transformou em um gigantesco mercado, onde as relações são marcadas intensamente pela lucratividade e pelo consumismo. Com a chegada das tecnologias, a escola acabou perdendo, de certa forma, o seu papel, já que as mídias se mostram mais atrativas e incentivadoras da sociedade. Tudo isso, interfere diretamente nas funções exercidas pela educação, que, por sua vez, recebe nova conotação no sentido de tentar adaptar-se às necessidades sociais segundo orientações neoliberais[3].
A ideia da ideologia da exclusão está presente na escola. Isso significa dizer que a escola diz respeitar as diferenças, mas ocultamente ainda vive um ambiente de desigualdade e exclusão através dos métodos e conteúdos de ensino propagados. Logo, “a exclusão escolar é o resultado ‘normal’ da extensão de uma escola democrática de massa que afirma ao mesmo tempo a igualdade dos indivíduos e a desigualdade de seus desempenhos” (DUBET, 2003, p. 44).
A preocupação acerca da exclusão e das desigualdades sociais, promovidas ou não pela instituição escolar, resulta em intensas discussões, cujo objetivo principal é contribuir para a democratização do ensino, garantindo a todos os indivíduos o direito de acesso e permanência na escola. Para tanto, a sociedade civil e política organizaram-se para propor políticas inclusivas de educação que, por força da lei, sejam capazes de promover esse direito, independentemente da condição social dos indivíduos.  Dessa forma, é importante que se faça uma análise acerca dessas políticas inclusivas e do contexto em que elas se desenvolvem, a fim de entender como funcionam na prática.
2 – Políticas Inclusivas de Educação

As políticas inclusivas buscam efetivar a todos os indivíduos os direitos sociais, civis e políticos assegurados pelo Estado, na Constituição Federal de 1988, através dos princípios da igualdade de oportunidades e da igualdade de todos perante a lei. Para tanto, é necessário que seja considerado o princípio universal de cidadania, dentro de sua construção histórica, a fim de compreender como ocorre o acesso aos bens sociais, como é o caso da educação.
No artigo “Políticas inclusivas e compensatórias na educação básica” Jamil Cury (2005) relata que a Organização das Nações Unidas, através da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 10 de dezembro de 1948, reconhece desde então “a dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis”. Nesta Declaração destacam-se os seguintes direitos:

1) Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementar e fundamental. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz (BRASIL apud CURY, 2005, p. 13).

A partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtiem, na Tailândia, em março de 1990, onde todos os países em desenvolvimento comprometeram-se em oferecer a todos os indivíduos, indistintamente, uma educação mais ética e humanista, o Brasil promoveu uma reforma na sua educação básica elaborando o seu Plano Decenal de Educação de 1994 que, baseado nos termos da Conferência, possui as seguintes metas a serem atingidas:

a) universalizar o acesso – garantindo sua expansão para além da faixa de obrigatoriedade e aos grupos tradicionalmente excluídos como os pobres, as minorias étnicas e as mulheres; b) promover a equidade – considerada como uma decorrência da melhoria da qualidade do ensino; c) priorizar a qualidade – entendida como garantia de aprendizagem efetiva; d) ampliar os meios e raio de ação da educação básica – incluindo a esfera familiar, os diversos sistemas e todos os instrumentos e canais de comunicação disponíveis; e) fortalecer alianças – envolvendo todos os setores da sociedade [...] (SANTIAGO, 2006, p. 23).

Assim, a educação passa a ter uma nova conotação: a de atender a todos os cidadãos, universalizando, portanto, o acesso ao conhecimento. Além disso, dentro de uma política inclusiva de educação, o principal foco está na igualdade e universalização dos direitos, a fim de minimizar as desigualdades sociais, tão gritantes na sociedade.
As problemáticas educacionais brasileiras estão se intensificando e se tornando motivos de intensos debates, tanto no campo civil, quanto no político. Esses debates resultam no entendimento de que a solução reside em desenvolver ações efetivas, criando-se então, medidas institucionais capazes de assegurar, sob a força da lei, os direitos e deveres no campo educacional. No entanto, apesar de todas as tentativas para solucionar estes problemas, por meio destas medidas, que não estão se mostrando eficazes, pois, na prática, não estão provocando mudanças significativas, a exclusão escolar continua sendo uma realidade, principalmente no que se refere às condições de acesso, agravada ainda mais pelo crescente quadro de repetência e evasão.
Mesmo com o caráter universalista da educação, garantido por meio de leis específicas que, por sinal, atribuem maior responsabilidade às instituições escolares, bem como aos municípios, aos estados e à União, a desigualdade social ainda se reflete na escola, que por sua vez, continua sofrendo com os problemas do passado e com os atuais problemas. Contudo, não basta oportunizar a todos os indivíduos o acesso à escola somente para fazer cumprir o que está na lei, pois, para vencer a barreira imposta pela cultura excludente da educação brasileira, é necessário também oferecer condições reais de aprendizagem no reconhecimento e no respeito às diferenças.
Por isso, Cury (2005, p. 24), diante de todos esses limites, questiona se as políticas universalistas podem superar totalmente a desigualdade e, ao mesmo tempo, afirma que “as políticas inclusivas compensatórias visam corrigir as lacunas deixadas pelas insuficiências das políticas universalistas. Com isso se pretende equilibrar uma situação em que a balança sempre tendeu a favorecer grupos hegemônicos no acesso aos bens sociais, conjugando assim [...] os princípios de igualdade com o de equidade”.
A igualdade torna-se um princípio básico quando se fala em políticas inclusivas de educação, pois, como todos são considerados iguais perante a lei, pressupõe-se que todos tenham os mesmos direitos. Ou seja, “admitir o direito à igualdade significa reconhecer como legítimo o acesso de todos aos bens sociais, o que implicaria em afastar as barreiras que impedem os indivíduos [...] de participarem dos bens gerados pelo progresso [...]” (SANTIAGO, 2006, p. 27). 
Ao pensar que a função da escola seja promover o pleno desenvolvimento dos indivíduos, preparando-os para a cidadania e qualificando-os para o trabalho, deve-se entender que, para isso, a escola precisa fazer mais do que ensinar, ela precisa contemplar muitas outras dimensões que fazem de cada indivíduo um ser humano integral. Assim, a educação, enquanto direito social garantido por lei, precisa ser um mecanismo de igualdade concreta. 
Diante de todas essas constatações, é possível destacar dois aspectos fundamentais sobre políticas inclusivas de educação. O primeiro aspecto refere-se ao esforço da sociedade civil e política em criar ações possíveis de garantir o acesso democratizado ao ensino a todas as camadas socioeconômicas e culturais, numa tentativa forçada de inclusão social. O segundo aspecto faz refletir sobre a necessidade urgente de se implementar políticas inclusivas de educação.
Afinal, a escola inclui ou exclui? Primeiramente, deve-se entender que a exclusão social não é algo recente, ao contrário, possui uma trajetória histórica que trouxe consigo um contexto social transformado por uma economia globalizada. Nesse sentido, faz-se necessário refletir sobre como o processo de globalização pode interferir nos processos de educação e como isso comprometer a efetivação das políticas inclusivas.

3 – A influência da globalização no processo educativo e o problema da inclusão/exclusão

O capitalismo de hoje de fato não recusa o direito à escola: o que ele recusa é mudar a função social da escola.
(Antonio Letieri)

No momento em que o mundo todo se transformou em um gigantesco mercado, onde as relações são marcadas intensamente pela lucratividade e pelo consumismo, vem à tona uma questão até então adormecida – e não esquecida – presente em todo o mundo e que afeta tanto o Estado-Nação como a sociedade civil. Trata-se da globalização, hoje muito mais acelerada e abrangente devido às aberturas política e econômica dos países e à revolução das tecnologias, marca registrada deste século.
Em seu livro Globalização: as conseqüências humanas, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1999) possui uma definição própria para a globalização:

A “globalização” está na ordem do dia; uma palavra da moda que transforma rapidamente em um lema, uma encantação mágica, uma senha capaz de abrir as portas de todos os mistérios presentes e futuros. Para alguns, “globalização” é o que devemos fazer se quisermos ser felizes; para outros, é a causa da nossa infelicidade. Para todos, porém, “globalização” é o destino irremediável do mundo, um processo irreversível; é também um processo que nos afeta a todos na mesma medida e da mesma maneira. Estamos todos sendo “globalizados” – e isso significa basicamente o mesmo para todos (1999, p. 7).

A globalização é um movimento decorrente do sistema capitalista, cujas ações colaboram na estruturação da economia mundial com o objetivo principal de manter esse sistema cada vez mais vivo e atuante. Por isso, como principais características destaca-se a “internacionalização do capital e a acentuação da queda de fronteiras nacionais, as possibilidades de conexões informativas, em tempo real, [...] as novas concepções de flexibilidades na capacitação para o trabalho [...]” (FONSECA, 2002, p. 15).
Uma forte característica da globalização é a minimização do controle do Estado no que se refere a sua influência nas questões sociais e a consequente liberalização da iniciativa privada. Na medida em que os problemas sociais aumentam, o Estado enfraquece seu poder de atuação, pois “a globalização é uma tendência internacional do capitalismo que, juntamente com o projeto neoliberal, impõe aos países periféricos a economia de mercado global sem restrições, a competição ilimitada e a minimização do Estado na área econômica e social” (OLIVEIRA; LIBÂNEO, 1998, p. 606).
No plano político, o processo de globalização acaba por reduzir o papel do Estado na definição de suas políticas de atuação, especialmente no atendimento às demandas da população, porque, dominando o sistema financeiro mundial, automaticamente diminui o espaço de ação do governo, ocasionando tantos outros problemas ainda mais complexos, como por exemplo, a dívida externa e as privatizações. Nessa perspectiva, Frei Betto em A mosca azul relata que a globalização neoliberal:

[...] apregoa a exclusão do Estado da produção de riqueza e da administração de serviços. Ao Estado caberia zelar pelos interesses privados, defender o patrimônio particular, dirimir contendas e distribuir o excedente. Sobretudo, manter ativas as forças policiais militares em defesa dos “sacrossantos direitos” do capital privado, assegurando ao mercado predominância sobre as demandas sociais. Assim, quanto mais se transferem instituições da esfera pública às mãos da iniciativa privada, tanto mais de considera o Estado “moderno” (2006, p.133).

Dessa forma, os países periféricos ficam ainda mais pobres, porque ficam imersos numa profunda crise e subordinados ao capital estrangeiro. Surge, então, o aumento e o agravamento de problemas sociais como a desigualdade, a exclusão, o desemprego, o analfabetismo, etc., como consequência inevitável, fazendo crescer ainda mais a distância entre ricos e pobres.
A proposta de globalização atua diretamente sobre as desigualdades sociais, pois, ideologicamente, “abstrai as condições objetivas e subjetivas das populações atingidas pelos processos de reprodução do capital, nos diferentes aspectos da vida humana, como resposta a mais intensa e duradoura crise de acumulação” (CORAGGIO apud MACEDO, 2006, p. 173).
Fonseca considera que:

A globalização e a internacionalização do capital, associados ao incremento da ideologia neoliberal, meritocrática e individualista, têm introduzido, no âmbito da sociedade globalizada, um paradigma de relações sociais marcado pela conflitualidade, pelas desigualdades, pelo modelo homogeneizador do capital [...] (2002, p. 13).

Por essas e outras razões, o processo de globalização tem provocado muitas discussões e preocupações, não só no campo econômico, mas também no campo político, ecológico e principalmente no campo educacional e cultural. Isso porque, para Dal Ri e Marrach (2000, p. 14) “a educação contemporânea [...] é o resultado de uma evolução histórica que se encontra particularmente ligada ao desenvolvimento do modo de produção capitalista, a evolução da ciência e da dinâmica conflituosa das classes sociais”. Dessa forma, a educação é influenciada diretamente pelo sistema capitalista, cujo caráter é competitivo, individualista e excludente.
As transformações na sociedade atual assinalam a inevitabilidade de se compreender o contexto da globalização-neoliberal e da revolução tecnológica, logo, é necessário pensar como a escola está organizada para receber essa influência capitalista em sua atmosfera. Para Dal Ri e Marrach a educação não pode mais ser pensada dissociada da esfera produtiva e capitalista, pois a “globalização interligou com mais evidências todas as esferas da existência humana sem permitir uma autonomia entre eles” (2000, p.05).
Em janeiro de 2007, o Fórum Mundial da Educação teve como temática a educação no mundo globalizado, fazendo uma referência às mudanças no campo da educação originadas pelo processo de globalização e comprovando a grande preocupação dos órgãos mundiais com a educação (GADOTTI, 2007). Ocorre que, com avanço da globalização-neoliberalista a educação passou a ser tratada como uma mercadoria, negando o seu caráter humanista e emancipatório, reduzindo os indivíduos a meros consumidores. O comércio educativo supervaloriza a economia e reduz o valor do ser humano.
No momento em que a sociedade remete à educação novas demandas, ela passa a ser tratada como um espaço de formação de mão-de-obra para o mercado. Enguita (2004) lembra que historicamente, a escola já possui uma intrínseca relação coma sociedade industrial, situada no período em que acontece o afastamento entre o trabalho e a vida doméstica, predominante nas sociedades primitivas, e o surgimento da escola de massas, responsável pela socialização das crianças e sua capacitação para o mundo do trabalho. Nesse sentido, “[...] pode-se observar que existiu uma forte aproximação entre as relações sociais do processo de ensino-aprendizagem e as relações sociais do processo de produção na sociedade industrial (capitalista ou socialista)” (ENGUITA, 2004, p. 31).
Hoje, percebe-se que a escola tem uma importância muito mais econômica do que social e política, pois cumpre o papel de reprodutora das ordens sociais e de estímulo à conservação do status quo. A escola sempre atendeu – e ainda atende – às exigências da sociedade classista, formando os indivíduos de acordo com os interesses desta: “súditos ou cidadãos, trabalhadores subordinados ou autônomos, mentes submissas ou críticas [...]” (ENGUITA, 2004, p. 68).
É importante salientar que a instituição escolar enfrenta uma das suas mais graves crises, no que se refere à sua eficiência enquanto promotora de educação e espaço de relações sociais. Embora se deva reconhecer que, em pleno século XXI e com o avanço da globalização para dentro das instituições escolares, a universalização do acesso ao ensino seja uma realidade que asseguram a todos, indistintamente, a efetivação do seu direito à educação, fica evidente que esta rápida ampliação do ensino trouxe consigo outros tantos problemas, como a falta de uma política educacional voltada à garantia da qualidade do ensino nas escolas públicas brasileiras.
Assim sendo, como consequência direta da crise da escola, verifica-se a conservação dos mecanismos de exclusão e discriminação educacional e social. Além disso, é importante considerar que a má gestão dos sistemas educacionais também influencia negativamente para que essa crise perdure e origine ainda mais problemas, como a evasão e a repetência escolar, por exemplo.
Outra questão fundamental é o uso das tecnologias da informação como condição favorável para a propagação da globalização.  Essa revolução tecnológica tem aproximado os mercados econômicos devido à velocidade das informações, que tornaram o mundo menor e mais entrelaçado, e colaborado significativamente para a acumulação do capital financeiro. O saber tornou-se uma mercadoria, a qual poucos têm a chance de possuir, e o acesso às informações uma fonte de lucros, porque só permanece no mercado globalizado os indivíduos que dominam as novas tecnologias e que, portanto, possuem as condições para exercer a concorrência acirrada no mercado de trabalho.
O uso equivocado das novas tecnologias da informação fez a escola perder a sua identidade cultural, política, social, histórica e educacional. A escola se deixou seduzir pela magia das novas tecnologias da informação ao acreditar que esta poderia ser uma saída para sua crise de identidade e seus problemas de finalidade e credibilidade numa sociedade que, na verdade, a despreza. Ao agir dessa maneira, faz o jogo do sistema, ou seja, discursos de inclusão e práticas de exclusão, introduzindo em sua estrutura aquilo que a sociedade capitalista solidifica.
Depois de destacar os aspectos relevantes da problemática da inclusão/exclusão social, fazendo uma releitura das políticas inclusivas de educação fundamentadas na globalização e de analisar como se constrói o discurso neoliberal no campo educacional, é possível perceber que, mesmo com tantas iniciativas, ainda não foi possível atingir a raiz sócio-política dos problemas educacionais brasileiros, permanecendo-se, no máximo, em seu plano cognitivo. Portanto, vale a pena lançar alguns questionamentos que foram surgindo ao longo do texto e que podem ajudar a pensar melhor sobre a questão da inclusão/exclusão, especialmente no que se refere à educação. Como acontecem os processos de inclusão/exclusão social? Como o problema da inclusão/exclusão social atingiu o campo educacional? Quais os mecanismos que colaboram para que esse problema se mantenha vivo na atualidade? De que forma as políticas públicas de educação podem contribuir na efetivação da inclusão social e escolar? Como se dá a influência neoliberal na educação? Como se definem as práticas educacionais no contexto globalizado? E a escola, como está se preparando para formar cidadãos numa sociedade globalizada? Qual o papel da sociedade nesse processo? Diante disso, quais as necessidades e determinações políticas e sociais a serem enfrentadas? Assim, é necessário agora apontar alternativas para dar conta das questões indicadas acima.
4 – Considerações Finais
O tema central deste artigo localiza-se nos processos de exclusão/inclusão social que perpetuam atualmente nas escolas brasileiras. Não se pode negar que a escola é um espaço de formação, porém, também de exclusão. Nela os indivíduos deveriam desenvolver as capacidades necessárias para transformar o seu meio social e cultural, mas ocorre o contrário: os indivíduos é que são transformados por uma realidade desigual e excludente, que os deixa à margem de uma sociedade individualista e competitiva. A prova disso é a forma como a escola atua, selecionando aqueles que seguirão adiante, para os quais dá maior atenção, e excluindo, através dos mecanismos de reprovação e evasão, aqueles a quem julga incapazes para o sistema.
A escola, dentro do processo de globalização, precisa passar por transformações urgentes, no que se refere à educação, aos alunos, aos professores, à comunidade escolar, ao currículo e ao sistema de ensino. Enfim, repensar toda a organização da escola, sua maneira de definir os tempos, os meios e as formas de ensinar, partindo de sua essência: o conhecimento. Gadotti (2007, p. 09) diz que para um “outro mundo possível” é importante pensar outra educação. Sendo assim, segundo o autor, “educar para outro mundo possível”, consiste em:

Fazer da educação [...] um espaço de formação crítica, e não apenas de formação de mão-de-obra para o mercado; é inventar novos espaços de formação alternativos ao sistema formal de educação e negar a sua modalidade hierarquizada em uma estrutura de mando e subordinação; é educar para articular as diferenças sociais capitalistas; é educar para mudar radicalmente nossa maneira de produzir e de reproduzir nossa existência no planeta; portanto, uma educação para a sustentabilidade (2007, p. 11).    

A nova educação para o novo mundo idealizada por Gadotti (2003) precisa resultar de um esforço coletivo, da união de todos os segmentos que compõem a escola. Entretanto, o projeto de uma escola renovada só poderá se concretizar se houver, do mesmo modo, um novo projeto de sociedade, pois não é possível idealizar uma escola para todos se a sociedade é para poucos. Assim sendo, o papel dos educadores no processo de inclusão social reside em mobilizar os indivíduos para uma realidade na qual a escola possa colaborar na universalização do ensino e na concretização de uma sociedade mais civilizada. 
Os professores são os principais responsáveis pela prática educativa, pois como agentes sociais e culturais, possuem uma prática contraditória, contribuindo para a reprodução social ao mesmo tempo em que transmitem saberes, instruem, educam e formam indivíduos. Isso requer que ele seja um sujeito comprometido com o que faz e ético no que faz. Para Vasconcellos (apud GADOTTI, 2003, p. 71), o professor precisa indagar-se constantemente sobre o sentido daquilo que se está fazendo na escola. Por isso, relata que tudo o que se faz precisa ter algum sentido, senão não vale a pena ser feito:

Ser professor, na acepção mais genuína, é ser capaz de fazer o outro aprender, desenvolver-se criticamente. Como a aprendizagem é um processo ativo, não vai se dar, portanto, se não houver articulação da proposta de trabalho com a existência do aluno; mas também o professor, pois se não estiver acreditando, se não estiver vendo sentido naquilo, como poderá provocar no aluno o desejo de conhecer?

As mudanças estruturais na escola, proposta no início, refletem diretamente na prática pedagógica do professor, exigindo dele uma formação teórica e prática que possa contribuir para a melhoria da escola e do ensino. Essa formação teórica virou uma obsessão para os professores e a corrida aos espaços universitários intensificou-se, contudo, não com o objetivo de obter uma formação que pudesse melhorar a sua prática, mas de obter um diploma e assim melhorar a sua condição social. É correto que os professores busquem ampliar seus saberes, mas de uma forma errônea e por motivos até certo ponto antiéticos com o seu compromisso enquanto agentes sociais de formação.
Entende-se que as tarefas do professor sejam mais do que mera função técnica, logo acredita-se que elas sejam complexas, contextualizadas, conflituosas, ideológicas. É uma prática educativa intencional, caracterizada sócio, histórica e politicamente. Sendo assim, a educação enquanto prática social precisa ser o objeto das tarefas do professor, pois a sua área de atuação não restringe à sua sala de aula e aos seus alunos, ela é ilimitada.
Do bom desenvolvimento do trabalho do professor, dentro da lógica da inclusão, resulta na formação humanista dos indivíduos, algo fundamental numa sociedade capitalista que perdeu a humanidade e o respeito pelo outro. Nesse sentido, Gadotti (2007) propõe uma educação capaz de reumanizar a escola através de uma prática educativa futurista que leve os alunos a refletirem criticamente sobre a necessidade se vencer a lógica desumanizadora fundamentada na visão capitalista de ser, ou seja, no individualismo, na competitividade e no lucro. Os indivíduos precisam refletir sobre a condição sob a qual vivem e decidirem se querem ou não lutar para vencer a exclusão e as desigualdades das quais são vítimas, se querem ou não pensar em um mundo mais justo e humano, como oportunidades iguais para todos também na prática, não só no papel. 
A perspectiva de efetivar os processos de inclusão social na escola requer dos indivíduos não somente conhecimentos, mas também habilidades para o uso social destes conhecimentos e atitudes conforme com os princípios da cidadania. Para tanto, espera-se que a escola desenvolva alternativas capazes de promover a inclusão dos indivíduos por meio de conteúdos curriculares que contemplem as demandas sociais e respeitem as diferenças. Contudo, por que a escola faz uma seriação, ensinando determinados conhecimentos e não outros? Por que a escola dá maior destaque às disciplinas e métodos tradicionais de ensino? Observa-se, então, que os conhecimentos relacionados com a realidade social e com a experiência dos indivíduos não são valorizados pela escola, simplesmente pelo fato de que eles não servem para o jogo do sistema neoliberalista: manipular os conhecimentos adquiridos pelos indivíduos para que a ordem social seja mantida e para que o poder continue nas mãos da minoria dominante, perpetuando a desigualdade e a exclusão dentro dessa lógica. Sendo assim, é fundamental repensar o currículo escolar, no sentido de contemplar as necessidades sociais emergentes e as diversidades culturais a partir da participação efetiva dos indivíduos nos processos de inclusão social dentro da própria escola e na comunidade onde vivem.
Dessa forma, outro aspecto que é também essencial para a efetivação do processo de inclusão social está na relação escola/comunidade. A escola de hoje precisa ser pensada como uma instituição que faz interface com a comunidade, afinal ambas não estão isoladas, ao contrário, encontram-se ligadas a um conjunto de fatores. A escola é uma instituição inserida num contexto social e, portanto, torna-se uma responsabilidade coletiva, uma vez que não pode ficar à margem deste contexto. Ela desempenha um papel muito importante que vai além das salas de aula, ou seja, na construção da cidadania, na promoção social e no desenvolvimento pessoal dos indivíduos que a constitui e que, ao mesmo tempo, fazem parte de uma comunidade.
Nesse sentido, a escola vem sendo chamada a atuar de forma mais direta com a comunidade, porém, não está se mostrando bem sucedida nesta tarefa, pois ergueu ao redor de si um muro que impossibilita a existência de uma maior proximidade com a comunidade.

O acordo latente que ligava a escola à sociedade se desestabilizou muito. As expectativas implícitas das famílias não são mais congruentes com os projetos da escola, provocando assim o sentimento de uma crise de legitimidade da escola. Essa crise está relacionada ao peso do fracasso escolar na experiência dos pais, às suas expectativas desmesuradas, mas, sobretudo, à percepção de um declínio da utilidade social dos diplomas [...] (DUBET, 2006, p. 39).

Tudo isso faz pensar em iniciativas que possibilitem a aproximação entre a escola e a comunidade, numa tentativa de fortalecer os laços e promover a inclusão social. O primeiro passo é abrir as portas da escola para a comunidade, chamando-a a participar mais do seu dia-a-dia por meio de atividades que associam interesses comuns. É também uma forma de envolver os pais na educação dos filhos, um fator muito importante para o sucesso escolar.
Como bem relata Dal Ri e Marrach (2000, p.05):

O fortalecimento da sociedade civil como fonte da qual emanam o poder e a autoridade políticos constituem o fundamento sobre o qual se constrói o contrapeso para neutralizar os aspectos negativos da globalização. Ainda que o desfecho seja incerto, é na interação e confrontação das forças opostas que podemos vislumbrar os sinais precursores da nova ordem mundial que sirva às aspirações humanas e, ao mesmo tempo, esteja ancorada nas realidades das tendências presentes no contexto sócio-político, econômico e cultural de nossa época. Precisamente neste aspecto é que podemos acreditar na educação e em seu potencial transformador.

A escola só se tornará um espaço de inclusão social no momento em que todos os indivíduos se sentirem fazendo parte dela e se sentirem aceitos socialmente. A atenção da escola tem que estar voltada para que o ser humano possa participar da sociedade e desempenhar seu papel enquanto cidadão de direitos e deveres. Talvez tudo isso seja considerado utópico, muito longe de ser alcançado. Todavia, não é impossível acreditar que, se a escola conseguir despertar para a necessidade de mudança, ela estará cumprindo realmente com a sua função social.

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[2]Caticiane Belusso Serafini, professora alfabetizadora graduada em Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil, especialista em Planejamento e Gestão de Práticas de Inclusão social pela Universidade de Passo Fundo e mestranda em Letras pela Universidade de Passo Fundo. E-mail: caticianebelusso@gmail.com.

[3] Segundo a enciclopédia digital Wikipédia, por neoliberalismo, entende-se, a partir da década de 70, “a doutrina econômica que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo (minarquia)”.

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