quarta-feira, 24 de abril de 2013

Curso de Pós-graduação Mídias na Educação

Quero compartilhar com vocês algumas produções que tenho feito no curso de Mídias na Educação. Este texto é resultado de uma das atividades que realizamos no módulo Uso Pedagógico das ferramentas de Interatividade. 


O USO DO FACEBOOK COMO FÓRUM DE DISCUSSÃO: RELATO DE UMA PRÁTICA NO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

Todos já temos consciência do espaço que as tecnologias da informação e suas ferramentas tomaram no nosso cotidiano.  Pois bem, basta agora, que saibamos como utilizá-las a nosso favor, buscando adequá-las as nossas necessidades.
Como educadores, temos uma função mais especial ainda, que é ajudar nossas crianças e jovens a utilizar as tecnologias de maneira segura, ética e responsável[1]. Sendo assim, podemos nos questionar sobre como as mídias, especialmente as sociais, afetam a nós, educadores, e a nossos alunos e se há possibilidades de empregá-las dentro da nossa rotina em sala de aula para ensinar e aprender.
Nessa perspectiva, podemos citar como exemplo uma experiência concreta que estamos vivenciando neste início de segunda etapa do Curso de Pós-graduação em Mídias na educação. Uma das atividades do Módulo Interatividade propôs que nós, alunos, utilizássemos a ferramenta Facebook para discutirmos com os colegas e professores do curso sobre a importância da integração das mídias em sala de aula. Para tanto, os professores criaram um grupo no Facebook para nosso Polo e, os alunos que ainda não tivessem uma conta, deveriam criá-las, fazendo uso de um tutorial disponibilizado nas Leituras Complementares. O segundo passo foi esperar o convite para participar deste grupo e, após adicionar os colegas, debater o tema acima citado. Cabe lembrar que, através do Facebook, não foi preciso que marcássemos um horário definido para acessar o grupo e expor nossos comentários e opiniões, pois esta ferramenta nos permite interagir e compartilhar com os outros no momento em que nos for mais adequado. Após essas duas semanas de interação, como ponto culminante da atividade, deveríamos registrar essa prática pedagógica do uso do Facebook através de um relato, no qual falaríamos sobre os pontos positivos e negativos da mesma.
Como participante deste grupo, realizei a atividade proposta e posso afirmar que o uso da ferramenta Facebook foi relativamente fácil para mim, pois eu já possuía uma conta e sempre que possível interajo e compartilho informações e conhecimentos. Em relação à atividade propriamente dita, acredito que foi muito interessante e diferente poder participar de uma discussão sobre um tema pré-definido, visto que, na maioria das vezes isso não ocorre no Facebook, pois as pessoas postam e compartilham o que bem entendem e, geralmente, os assuntos que estão em destaque no momento, como hoje, por exemplo, o tomate.
Dessa forma, podemos destacar que a discussão e interação através do Facebook, em um grupo de estudos, com tema pré-definido é um ponto positivo, pois todos os participantes deverão expor suas ideias e opiniões sobre o mesmo assunto, independentemente se concordam ou discordam entre si. Do contrário, temos um ponto negativo, ou seja, se dentro desta atividade nos fosse proposto somente o acesso e simples participações, cada um usaria o Facebook sem intencionalidade nenhuma, como ocorre hoje em dia. As pessoas simplesmente postam informações mal tencionadas sobre o que lhes interessa, sem que se construa um conhecimento sobre isso e sabemos que informação não é conhecimento, mas somente a primeira etapa para se chegar a ele. Para conhecermos realmente, precisamos “trabalhar com as informações classificando-as, analisando-as e contextualizando-as” (MORIN apud PIMENTA, 2008, p.21). [2]
E é justamente esse o ponto principal de nossa prática enquanto educadores: buscar o uso de ferramentas como o Facebook, dando a elas uma conotação pedagógica, no qual nossos alunos possam utilizá-las como um instrumento que auxilie na sua aprendizagem e não somente para diversão. Exatamente o que em nossa experiência nestas duas semanas de estudos.
A atividade que desenvolvemos através do uso do Facebook também teve outros pontos importantes e positivos que podem ser sintetizados por Luís Fernandes[3], que em seu artigo “Redes Sociais Online e Educação: Contributo do Facebook no Contexto das Comunidades Virtuais de Aprendentes”, da Faculdade Nova de Lisboa, relatou outras funcionalidades e potencialidades do Facebook, tais como:

Promover o ensino cooperativo e colaborativo, desenvolver competências essenciais no mundo globalizado e tecnológico, fometar a partilha do conhecimento, promover uma maior participação no processo educativo, promover a reflexão crítica e criação de novas ideias, desenvolver a comunicação e linguagem e estimular a motivação e o interesse.


            Além disso, a atividade que realizamos revelou a importância do papel do professor como o propositor e mediador do debate, assim como nós, em nossa sala de aula precisamos oportunizar aos nossos alunos espaços em que eles possam apresentar suas ideias, pensando em novas maneiras de envolvê-los nos projetos.
            Esta prática de ensino desenvolvida no curso nos possibilitou ver que é possível sim incluir as diferentes mídias e tecnologias em sala de aula com intuito pedagógico, afinal de contas é notório que elas podem tornar a aprendizagem mais contextualizada, mais interativa e mais prazerosa. Por outro lado, não podemos nos iludir, pensando que as tecnologias e mídias se tornarão a “salvação da lavoura” [4], visto a situação em que o ensino se encontra. Há de se ter claro que as tecnologias e mídias somente por si só não poderão gerar todas as mudanças tão esperadas no processo pedagógico, pois, ao contrário, elas também podem reforçar o ensino tradicional, dependendo do uso que se faz delas.
De acordo com José Manuel Moran[5] a palavra-chave é integrar:

Integrar a Internet com as outras tecnologias na educação - vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as técnicas convencionais, integrar o humano e o tecnológico, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa, aberta.

Este significado que o autor dá à integração das tecnologias e mídias, contudo, vai além de simples recursos tecnológicos. Tal conceito perpassa desde as questões pedagógicas mais emergentes, abrangendo da mesma forma questões sociais, como a inclusão e o exercício da cidadania.
Portanto, podemos concluir que a integração das tecnologias e mídias na educação deve acontecer num contexto de mudança também do processo de ensino-aprendizagem, em que a escola, como um todo, possa vivenciar continuamente diálogos abertos e de conhecimentos individual e grupal efetivos.









[1] PHILLIPS, Linda Fogg; BAIRD, Derek; M.A., e FOGG, BJ. Facebook para educadores. Disponível em: < http://lantec.fae.unicamp.br/ed88/Xconteudos-digitais/arquivos/facebook-para-educadores-guia-PT.pdf>. Acesso em 12 abr. 2013.
[2] PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
[3] FERNANDES, Luís. Redes Sociais Online e Educação: Contributo do Facebook no Contexto das Comunidades Virtuais de Aprendentes. Disponível em: <http://www.trmef.lfernandes.info/ensaio_TRMEF.pdf>. Acesso em 12 abr. 2013.
[4] Grifo meu.
[5] MORAN, José Manuel. Como utilizar a internet na educação. Revista Ciência da Informação, vol. 26, n. 2, maio-ago., 1997, p. 146-153.

Textos sobre Alfabetização

Meu pai, Celso, é aluno do curso de Licenciatura em Pedagogia à Distância da UFPEL, no Polo da UAB de Constantina. No semestre passado, ele elaborou um texto para cumprir uma das tarefas solicitadas no curso e que fala justamente da temática da Alfabetização. Espero que vocês gostem e possam aproveitá-lo.

O processo de alfabetização

Celso Luiz Belusso

Na construção das práticas pedagógicas de alfabetização o professor deve estar consciente do seu papel como alfabetizador. Neste sentido, o professor deve iniciar seu trabalho na alfabetização realizando uma sondagem com o objetivo de verificar a bagagem de conhecimentos que cada criança traz consigo ao ingressar na escola, para poder realizar um trabalho de ação pedagógica com enfoque no desenvolvimento e construção da linguagem falada e escrita, deixando de lado uma metodologia imposta por cartilha ou por qualquer tipo de livro didático, por exemplo, e partindo então da leitura de mundo de seus alunos.
Sabe-se que existem diferentes métodos de alfabetização que podem ser utilizados, porém nem todos estes métodos condizem com a realidade da clientela escolar. Por isso, é necessário conhecer a realidade de cada aluno para realizar um planejamento com metodologia adequada para cada nível de criança.
Atualmente, a realidade social colocou na alfabetização novas demandas e necessidades que ensinam a criança ler, escrever, se expressar de maneira correta, propondo aos professores que deixassem de lado os métodos tradicionais de ensino, pois estes acabam dificultando o processo de aprendizagem da leitura e da escrita por parte da criança ou do adulto.
Certamente que com os métodos tradicionais de ensino que usam o método da silabação, por exemplo, é possível aprender a ler e escrever, entretanto, hoje, percebe-se que tal metodologia leva à mera codificação e decodificação, reduzindo a alfabetização a um domínio mecânico.
Compreende-se que a alfabetização não pode ser um processo baseado  na percepção e memorização, mas sim, para aprender a ler e escrever, o aluno necessita construir um conhecimento  que compreenda não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem. A alfabetização deve ser um processo de construção do conhecimento pela interação existente entre o aluno e o objeto de conhecimento.
A escola, enquanto instituição social, é responsável pela formação sistematizada do indivíduo, proporcionando o crescimento das competências indispensáveis à construção do conhecimento dos seus educandos. Na perspectiva de uma educação de qualidade a qual desejamos e precisamos, o educador é um dos  sujeitos desse processo tão necessário quanto o aluno, de mudanças de ações, criatividade de pensamentos entre outros aspectos importantes para a alfabetização. Sabe-se que o ensino sempre teve como objetivo transmitir conhecimentos com técnicas de aprendizagem de alfabetização, não dando oportunidade para que o próprio aluno possa construir este conhecimento. É neste sentido que a escola para atender essa demanda deve rever suas práticas pedagógicas possibilitando ao aluno aprender a partir da diversidade de materiais didáticos disponíveis que circulam atualmente no processo de ensino/aprendizagem da alfabetização.
O professor como mediador precisa ampliar constantemente seus conhecimentos, criando situações prazerosas e diversificadas que despertem o interesse do aluno, seu aprendizado, sem que este seja imposto ou forçado, mas sim, que seja espontâneo. No processo de alfabetização não basta o professor só criar um ambiente agradável, mas ter competências metodológicas para exercer esse processo. É preciso provocar nos alunos a curiosidade e o desejo de aprender através de práticas pedagógicas inovadoras que facilitem o acesso ao mundo da escrita tornando-o um ser capaz de exercer adequadamente suas funções no meio em que vive e na sociedade.
A prática pedagógica não está pronta e definida. Ela está sempre em reformulação e avaliação, afinal, se adquire praticando, exercitando os trabalhos diariamente em sala de aula com nossos alunos. O educador não pode simplesmente conhecer determinado assunto, precisa ir além, ter práticas pedagógicas em construção constante, ter claro em sua compreensão que ensinar não é transmitir o conhecimento, mas permitir ao aluno que ele próprio o produza. Analisando desse modo o processo de alfabetização, certamente, nós professores conseguiremos nos aproximar da realidade dos nossos alunos.  



terça-feira, 23 de abril de 2013

Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

Colegas! Neste ano de 2013, a Secretaria Municipal de Educação de Engenho Velho/RS, assim como as demais Secretarias de Educação do Brasil inteiro, aderiu ao Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa. Em nossas escolas, foram mobilizados os professores alfabetizadores do 1º, 2 e 3º anos do Ensino Fundamental. No mês de fevereiro deste ano, já inciamos o período de formação continuada presencial destes professores. 
Abaixo, seguem algumas explicações sobre o que é o PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA.

O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.
Alfabetização
Aos oito anos de idade, as crianças precisam ter a compreensão do funcionamento do sistema de escrita; o domínio das correspondências grafofônicas, mesmo que dominem poucas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos; a fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos escritos.
No Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, quatro princípios centrais serão considerados ao longo do desenvolvimento do trabalho pedagógico:

1. o Sistema de Escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e problematizador;
2. o desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias;
3. conhecimentos oriundos das diferentes áreas podem e devem ser apropriados pelas crianças, de modo que elas possam ouvir, falar, ler, escrever sobre temas diversos e agir na sociedade;
4. a ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de ensino e de aprendizagem.

Dentro dessa visão, a alfabetização é, sem dúvida, uma das prioridades nacionais no contexto atual, pois o professor alfabetizador tem a função de auxiliar na formação para o bom exercício da cidadania. Para exercer sua função de forma plena é preciso ter clareza do que ensina e como ensina. Para isso, não basta ser um reprodutor de métodos que objetivem apenas o domínio de um código linguístico. É preciso ter clareza sobre qual concepção de alfabetização está subjacente à sua prática.
Para conhecer melhor o Pacto
As Ações do Pacto apoiam-se em quatro eixos de atuação:

1. Formação continuada presencial para os professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo;
2. Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais;
3. Avaliações sistemáticas;

sábado, 20 de abril de 2013

Conversa Inicial

Olá Pessoal! Atendendo a uma solicitação do Curso de Pós-graduação Mídias na Educação criei este Blog para compartilhar tudo o que diz respeito à Alfabetização, desde formação inicial até atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula, bem como as experiências que tenho nesta área. Espero que vocês gostem e possam relatar suas experiências também, afinal de contas, o trabalho do professor alfabetizador é uma doação constante, especialmente se for feito com amor e dedicação.